Menos de um ano depois do lançamento do Plano Nacional de Banda Larga, ministro admite que condições do pacote são insatisfatórias.
Menos de um ano após a assinatura dos primeiros contratos do Plano
Nacional de Banda Larga (PNBL) entre o governo e as operadoras, o
ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, admitiu ontem a necessidade
de se aumentar a velocidade e diminuir os preços cobrados pela internet
popular.
Os pacotes mensais do programa atualmente custam R$ 35 - com impostos
- por uma velocidade de 1 megabit por segundo (Mbps). "Pensamos em
ações para acelerar a velocidade média da internet e inclusive podemos
trabalhar essa questão da velocidade mínima", disse o ministro.
"Queremos melhor preço e mais qualidade, e achamos que para isso é preciso mais investimentos", completou.
Desde o lançamento do programa, Paulo Bernardo já falava em aumentos
voluntários, por parte das empresas, das velocidades oferecidas nos
planos, por conta da concorrência natural do mercado. Mas, pela primeira
vez, o ministro reconheceu a possibilidade de revisão dos contratos -
que valem até 2016 - com essa exigência. "Mas estamos avaliando ainda
como isso será feito", ponderou.
Segundo ele, os limites de download nesses planos também podem ser
alvo de uma revisão por parte do Ministério das Comunicações. "É
provável que em 2014 ninguém mais queira contratar os planos atuais,
embora isso dependa muito da necessidade das pessoas", concluiu.
TELEBRÁS
O presidente da Telebrás, Caio Bonilha, também reconheceu que a
velocidade de internet oferecida pelo governo no plano de banda larga
popular já está desatualizada. Segundo o executivo, a estatal estuda
aumentar a capacidade fornecida para que os provedores que utilizam sua
rede possam aumentar seus planos de assinatura para até 2 Mbps.
"Os pacotes atuais já estão defasados em algumas regiões e temos de
nos adaptar ao mercado", afirmou ele, após encontro com o ministro. Para
Bonilha, porém, a maior barreira ao plano de banda larga popular ainda é
o alto custo do kit de equipamentos de instalação da internet.
Segundo ele, o conjunto importado, com um modem e uma antena, custa
atualmente entre R$ 200 e R$ 250, mas empresas nacionais poderiam
oferecer o mesmo equipamento por cerca de R$ 100. "Isso é o mais
importante neste momento", avaliou.
Mídia. Durante participação no 26.º Congresso Brasileiro de
Radiodifusão, Bernardo voltou a dizer que a proposta de marco
regulatório das telecomunicações, que o governo pretende colocar em
consulta pública ainda este ano, não visa restringir ou limitar os
conteúdos veiculados pelos meios de comunicação.
"O novo marco não deve se aplicar a jornais e revistas, e questões
relativas à liberdade de imprensa e ao direito de resposta devem ser
discutidos em separado pelo Congresso", esclareceu o ministro.
Questionado pelo setor sobre a demora na definição do modelo
brasileiro de rádio digital, o ministro afirmou que o governo espera
tomar uma decisão até o fim deste ano, mas ressaltou que os testes com a
tecnologia norte-americana do serviço ainda não acabaram. Além dessa, o
Brasil poderá escolher ainda entre os modelos europeu e japonês.
Já sobre a TV Digital, que deve substituir integralmente as
transmissões analógicas até 2016, o ministro afirmou que esse prazo
poderá ser ampliado, caso a migração não atinja parte considerável da
população.
As operadoras de telecomunicações estão interessadas nesse espectro
da TV analógica, para oferecer serviços de telefonia celular de quarta
geração (4G).
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