A
presidente Dilma Rousseff recebeu o governador de Santa Catarina,
Raimundo Colombo, e Ian Robertson, membro do conselho de administração
da BMW, no Palácio do Planalto.
O executivo estima a geração de mil empregos diretos na unidade. “Acreditamos que a chegada do primeiro fabricante de automóveis de luxo é um marco para o desenvolvimento da indústria automotiva no País”, acredita Robertson. Segundo ele, o projeto prevê a construção de estrutura para diversos processos industriais, como soldagem, pintura e montagem. O primeiro modelo a sair da unidade brasileira será o crossover X1, seguido pelo Série 1 e Série 3.
Ao anunciar o investimento local, Robertson enfatizou o grande potencial do mercado brasileiro para o futuro. “Isso criará condições necessárias para mantermos o equilíbrio de vendas entre a Europa, a Ásia e as Américas e, portanto, para o sucesso de longo prazo da nossa empresa”, explica. Segundo ele, a iniciativa acompanha a estratégia da empresa de fazer com que a produção acompanhe o mercado, como já aconteceu nos Estados Unidos, Índia e China. Com a nova unidade, o grupo BMW passará a ter 29 plantas m 14 países.
INCENTIVOS
Paulo Bornhausen, secretário de desenvolvimento sustentável de Santa Catarina, está otimista em relação ao impacto da instalação da fábrica no estado. Ele estima que o investimento chegue a R$ 1 bilhão à medida que as etapas de instalação da fábrica avançarem, ampliando também o número de empregos gerados. Além disso, Bornhausen lembra que a construção de uma fábrica de veículos fomenta aportes das fabricantes de autopeças. Até agora 30 empresas já manifestaram interesse em compor o parque de fornecedores da BMW.
Como uma das principais razões para decidir por instalar sua planta brasileira em Santa Catarina, a fabricante aponta a boa estrutura logística da região. O terreno onde a fábrica será construída é próximo dos portos de Itapoá e de São Francisco e fica ainda a menos de 100 quilômetros de outros dois, de Itajaí e de Navegantes. A qualificação da mão de obra do estado, que tem industrial metal mecânica fortalecida, também pesou na escolha.
A fábrica da BMW se enquadrou em dois programas de incentivo do governo do estado: Pró-emprego e Prodec. Santa Catarina decidiu ainda criar um regime automotivo para atrair a empresa, o Compete SC, em avaliação na Assembleia Legislativa. Sem especificar valores, Bornhausen garante que os incentivos se pagarão em oito anos.
A unidade se enquadrará ainda nas regras do Inovar-Auto, nova política industrial para o setor com validade de 2013 a 2017. O programa prevê condições diferenciadas para fabricantes de baixos volumes, com menos de 35 mil veículos anuais, como é o caso da BMW. Para que não precisem pagar o adicional de 30 pontos no IPI, as companhias terão de aplicar valor equivalente a R$ 17 mil por unidade prevista de capacidade produtiva em ativos fixos no País. Depois do início da fabricação, não será necessário acompanhar o aumento do índice de conteúdo regional previsto para as empresas de grande volume, que será calculado com base no fator multiplicador. Este número será mantido em 1,3.
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