terça-feira, 30 de outubro de 2012

Três mil brasileiros ficam retidos em Nova York.

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30 de OUTUBRO de 2012 -  Depois da tempestade, veio uma longa espera. São sete voos diários de Nova York para o Brasil - e todos foram cancelados na segunda-feira, quando chegou a supertempestade Sandy, e também nesta terça, quando a cidade ainda começava a se recuperar. Com isso, quase três mil passageiros que embarcariam para o Brasil ficaram retidos em Nova York. E as perspectivas eram pouco animadoras.
- A informação que temos das companhias aéreas é de que as passagens precisam ser remarcadas, e o prazo mínimo é de uma semana. E como o atraso foi causado por um desastre natural, são os próprios passageiros que têm de arcar com as despesas de hospedagem - afirmou Jofre Pereira, funcionário da empresa de turismo CVC, num posto de atendimento montado num hotel em Midtown para atender aos clientes brasileiros.
Mas, apesar dos esforços, houve confusão.
- Recebi essa orientação; o problema é que não consigo falar com a TAM - queixou-se Cristiane Sanzenmuller, uma servidora pública de Brasília, cujo retorno era previsto para terça-feira.
O tráfego aéreo do Brasil aos EUA também foi afetado - e 14 voos previstos para sair nesta terça-feira foram cancelados: cinco da TAM; um da Delta; seis da American Airlines e dois da United.
Conseguir vaga nos hotéis de Manhattan não era tarefa difícil, por conta do cancelamento de voos para a cidade - o problema era o custo. Não faltaram queixas sobre alguns que se aproveitaram da situação para aumentar tarifas. Um casal que não quis se identificar precisou sair do Pennsylvania, na Sétima Avenida, porque as diárias saltaram de US$ 300 para US$ 500.
As perspectivas de quem queria voltar para casa eram desanimadoras. No La Guardia, aeroporto que faz mais voos domésticos e é uma alternativa para conexões, as pistas ainda estavam debaixo d'água. No aeroporto internacional JFK, a previsão é de reabertura hoje à noite.
- Ainda estamos esperando nosso embarque amanhã (hoje). Não chegou nenhum aviso de cancelamento - contou o paulista Renato Lessa Pereira, de Atibaia, enquanto visitava a entrada do Madison Square Garden, fechado, como todas as atrações turísticas da cidade.
Renato, a mulher e os sogros deixaram de ir até Niagara Falls, no Canadá, mas já estavam há uma semana em Nova York e fizeram todos os passeios programados. Apesar de terem ficado sem elevador no hotel na noite de segunda, não pareciam assustados com a passagem de Sandy.
- Ficamos todo o dia no hotel e só saímos à noite para espiar a cidade - disse. - Já enfrentei outro furacão na estrada, entre Miami e Orlando antes, não me assustei desta vez.

A tranquilidade foi compartilhada por outros brasileiros hospedados em regiões que não foram afetadas drasticamente. Nesta terça-feira, o casal carioca Graziela e José Peliteiro passeou pelas imediações da Sexta Avenida, acompanhado da amiga Lidiane Nogueira, que visitava Nova York pela primeira vez. Hospedados no Marriott de Times Square, a tempestade só chegou a assustá-los quando viram a fila do supermercado. O único prejuízo foi o cancelamento do teatro na Broadway, onde assistiriam ao espetáculo "O Rei Leão".
Como eles, passado o susto e o confinamento da segunda-feira, muitos turistas buscavam retomar os passeios interrompidos pelo alerta da tempestade Sandy. Para aqueles que resolveram se arriscar pelas ruas de Manhattan, a tempestade varreu do mapa a chance de gastar dólares nos templos de consumo: as procuradas lojas de departamentos e as de grandes marcas não abriram, com algumas raras exceções, como a B&H, uma das lojas de eletrônicos mais frequentadas por brasileiros. Mas nem tudo esteve perdido: com o comércio de suvenires aberto, parte do furor consumista pôde ser aplacado com chaveirinhos e réplicas da Estátua da Liberdade.
Com outras atrações fechadas, a Times Square foi um destino óbvio. O lugar que recebe 39 milhões de turistas por ano não estava cheio como sempre, mas reunia um bom público. Uma das que se divertiam na praça brincando diante da telão interativo era Karen Sternberg. Removida de sua casa no Brooklyn, a americana, que cresceu no Brasil nos anos 1960, se espantou com a quantidade de brasileiros ao redor.
- É feriado no Brasil ou a sua moeda é que está forte? - brincou.
Segundo a porta-voz do Consulado do Brasil em Nova York, Janlou de Amicis, o prédio deve reabrir hoje, mesmo que nem todos os funcionários consigam chegar por conta das dificuldades de transporte. Nestes últimos dois dias foram deixados no site dois telefones de plantão, mas poucos ligaram.

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