quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Uma em Cada Cinco Mulheres não Chega ao Orgasmo.

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22 de Agosto de 2012 - Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde e por uma equipe do hospital estadual Pérola Byington, em São Paulo (SP), apontou que uma em cada cinco mulheres que procuram o Centro de Referência e Especialização em Sexologia (Cresex) do hospital não chega ao orgasmo nas relações sexuais.
O estudo baseado em 455 atendimentos entre 2007 e 2008, revelou que 48,5% das pacientes atendidas não sentem desejo de transar, o que na nomenclatura médica é chamado de “distúrbio do desejo sexual hipoativo”: 18,2% dessas pacientes receberam o diagnóstico de ‘anorgasmia’, ou falta de orgasmo, e outras 5,2%, de inibição sexual generalizada, ou seja, não conseguem se excitar durante as relações e também não sentem orgasmo.
Segundo a ginecologista e terapeuta sexual Glene Rodrigues Farias, que trabalha no Cresex, a razão do problema em 90% dos casos não tem nada a ver com questões físicas, mas com reações puramente psicológicas.
- A maioria das dificuldades sexuais é psicológica. Isso pode ser provocado por uma educação rígida ou muito religiosa, já que a formação da sexualidade começa na infância. As mulheres com dificuldade de orgasmo podem também ser pessoas que estão numa rotina de relacionamento, mas que sofreram violência física do parceiro ou que foram traídas, que sofreram abuso sexual na infância ou estupro. Todos esses fatores podem trazer dificuldades sexuais. O desconhecimento do próprio corpo também pode dificultar o orgasmo, porque a mulher sente culpa de sentir prazer.
A ginecologista afirma que, na maioria das vezes, a dificuldade em sentir desejo acontece com mulheres mais velhas, que vivem um relacionamento. O resultado da pesquisa comprova a afirmação: 45% das mulheres atendidas no Cresex, com idades entre 40 e 55 anos, receberam esse diagnóstico, seguidas pelas de 25 a 39 anos, com 36,4%, e de 20 a 24, com 7,9%. Mulheres acima dos 55 anos representaram 7,8% dos atendimentos, e menores de 20 anos, 2,9%. A maioria, 60%, era casada; 30% eram solteiras, 3,6% mantinham uniões estáveis, 4% eram divorciadas, 1,3%, viúvas, e 1,1%, separadas.
Em outros casos, 10% disseram sentir dor no coito, 6,9% dificuldade de penetração, 4,9% insatisfação com o padrão de comportamento sexual da mulher ou do parceiro e 2%, distúrbio de excitação. Somente 13% das pacientes apresentaram problemas de natureza orgânica, como alterações hormonais ou distúrbios originados por doença. Essa junção de fatores faz com que a mulher não consiga ter prazer sexual.

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