O
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode voltar a dar problemas para
o Ministério da Educação, admitiu nesta segunda-feira o ministro
Aloizio Mercadante, que deu uma palestra na Escola de Pós-Graduação em
Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. O ministro
justifica que o Enem ainda é um exame com pouco tempo de utilização
(foi aplicado pela primeira vez em 1998) e que pode ter dificuldades
principalmente porque tem uma magnitude muito grande. "São 5,4 milhões
de alunos, 400 mil pessoas trabalhando e 140 mil salas de aula em todo o
país. E temos de manter o sigilo absoluto das questões. Precisamos
checar 1,2 mil itens de segurança antes da aplicação da prova, então é
claro que pode dar problema", afirmou o ministro. "Mas todos os países
desenvolvidos têm uma ferramenta semelhante. O dos Estados Unidos já
funciona há 85 anos e mesmo assim houve fraude no ano passado." O
último problema ocorreu no ano passado, quando 630 alunos do Colégio
Christus, em Fortaleza (CE), fizeram um simulado que contava com nove
questões idênticas ao exame do Enem aplicado duas semanas mais tarde. Em
2009, uma gráfica que confeccionava as provas em São Paulo permitiu o
vazamento de questões. Mercadante acredita que os problemas serão
resolvidos no médio prazo. "São problemas que estamos trabalhando para
solucionar. Tenho certeza que conseguiremos e poderemos formatar um
exame que não seja aplicado apenas uma vez no ano, mas dê condições de
os alunos terem uma segunda chance também." O ministro conta com o
auxílio de comissões de universidades federais para elaboração de mais
questões de exercícios. "Meu sonho é que a gente consiga propor 10 mil
exercícios e torna-los públicos na internet. Daí o aluno que conseguir
decorar todos realmente merece passar na prova", brincou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário