terça-feira, 6 de novembro de 2012

Estudo revela que cirurgia é a melhor opção para salvar coração de diabéticos.


Cardiologistas discutem esse e outros temas em um dos principais congressos mundiais da área

 06 de Novembro de 2012Getty Images Dos 12 milhões de portadores de diabetes que vivem no Brasil, 75% vão desenvolver doença no coração em algum momento da vida
Um estudo intitulado Freedom — que contou com a participação de 140 centros cardiológicos nas Américas e na Europa — concluiu que para pacientes com diabetes a cirurgia é melhor alternativa do que a angioplastia com implante de stent recoberto com medicamento. O resultado foi apresentado em um dos principais congressos mundiais de cardiologia, que está acontecendo essa semana em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Para o cardiologista Dr. Whady Hueb, coordenador da equipe de pesquisadores do Freedom no Incor (Instituto do Coração de São Paulo), a indicação de angioplastia com stent para revascularização do coração de pacientes diabéticos deve ser muito criteriosa.
— No caso de o paciente apresentar apenas uma obstrução ou obstruções de baixo impacto, comorbidades importantes e idade avançada a angioplastia com stent pode ser cogitada.


De acordo com o médico, a recomendação para a cirurgia deve ser priorizada em diabéticos que possuem múltiplas obstruções nas artérias (característica do estágio mais grave da doença), baixa comorbidade (doenças associadas) e idade não muito avançada.
O Freedom acompanhou durante cinco anos a evolução de 1.900 diabéticos cardíacos com obstrução em três artérias coronárias principais, fase em que é preciso intervir diretamente na obstrução para garantir a vida do paciente.


Para o cardiologista Dr. Roberto Kalil, diretor da Divisão de Cardiologia Clínica do Incor, esse resultado é importante já que dos 12 milhões de portadores de diabetes que vivem no Brasil, 75% vão desenvolver doença no coração em algum momento da vida, sendo que boa parte do grupo terá necessidade de passar por uma intervenção invasiva no coração para salvar sua vida.
— É o primeiro estudo no mundo sobre o assunto e seus resultados certamente contribuirão para orientar a conduta médica no assunto. É mais um dado ao qual o médico poderá lançar mão na hora de decidir sobre a melhor alternativa para cada paciente.

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